Trocando uma ideia sobre representatividade feminina no cinema



Carrie Fisher, princesa Leia em Star Wars 
Quem me conhece, sabe que gosto de trazer a tona reflexões sobre o papel da mulher na sociedade. E para iniciar esse texto não poderia esquecer de falar na Carrie Fisher, que interpreta Princesa Leia em Star Wars, uma personagem bastante a frente de seu tempo.

Lembro de quando eu era criança e assistia alguns filmes e desenhos, onde a personagem feminina da história, quase sempre, era a princesa que necessitava que alguém a resgatasse de algum vilão. Ou então era a personagem que lavava louças e roupas, cozinhava, enquanto impecavelmente, esperava o maridão chegar do trabalho. E era exatamente a isso que se resumia a figura da mulher na minha cabeça de criança - mesmo achando pouco interessante - :"Ser salva por um príncipe", "Casar, "ser dona de casa".

Vão sonhado que vou resumir minha vida apenas nesses aspectos queridinhos ...💅
Não me levem a mal, não tenho nada contra os homens, nem sobre casar, ou ser dona de casa. Quero sim conhecer um cara que eu ame  de verdade e que possa constituir uma família futura comigo. Mas eu acredito que a nossa vida é muito mais que esses 3 objetivos. Não faço destas 3 coisas, a missão essencial da minha vida. Antes eu quero ter meu trabalho, ganhar bem, ser independente e ser bem resolvida. Esse foi um assunto que sempre me incomodou bastante, principalmente na área que atuo, Marketing e Design, quando vi as pessoas acharem que não sou capaz de realizar um trabalho eficaz por ser mulher. O que mais  me choca, é essa perpetuação de uma ideia totalmente errada e preconceituosa, de que mulheres só são capazes de fazer as coisas que se relacionam ao lar.

É como se colocassem determinado limite: "Olha aqui, você só pode fazer essa atividade, pois essa é a única incumbência que você é capaz de realizar". Quase uma lavagem cerebral levando sutilmente a cabeça das crianças - através de filmes e desenhos - a ideia de que somos incapazes. É essa mesma ideia que nos condena dizendo que não somos aptas ao trabalho, ao pensar, a refletir e a argumentar. Essa ideia diz que o nosso lugar não é na administração de uma empresa. É uma voz que diz que não merecemos salários melhores, mesmo que trabalhemos excelentemente tal qual como o homem. Mas não podemos fazer nada dessas coisas, porque, Ah! nascemos mulheres.

E é aí que me pergunto: Não podemos fazer tais atividades porque realmente somos limitadas ou porque não nos deixam protagonizar nossa história? Diante dos diversos exemplos de mulheres com quem convivi, vejo que a segunda opção é verídica. Tive uma mãe que teve que se virar só, porque meu pai biológico simplesmente despareceu da face da terra depois de descobrir que ela estava grávida. Tive uma vó que que sempre trabalhou, era escritora, teve voz ativa, foi independente, e mesmos sendo de uma geração onde a mulher que trabalhava era mal vista, ela não abriu mão dos próprios sonhos. E meu avô por sua vez dava todo apoio a sua esposa. São apenas pequenos exemplos, de tantos ocultos que vemos no dia a dia, e que mesmo com tais exemplos, as pessoas insistem em continuar propagando a ideia de que a mulher não é capaz de nada relacionado ao meio corporativo, nem a pensar, e nem discursar sobre um assunto como este: representatividade feminina.

Nem todas possuem o incentivo familiar a buscar seus próprio ideias, assim como eu fui incentivada. Muitas de nós são cheias de medo, do mundo, das pessoas, com complexos de inferiorização relacionados a beleza e a inteligência, e boa parte são preocupadas se de fato vão casar e ter o seu tão Feliz Para Sempre, que só existe com a presença de outro alguém. E é aí que entra representatividade feminina. Lembro de ter meus 7 anos de idade quando assisti o filme 'Mulan' pela primeira vez. Fiquei impressionada em ver uma princesa sendo a heroína do próprio Reino, levando a espada para lutar contra seus inimigos, enfrentando as próprias tradições, para proteger a própria família. E de quebra acaba encontrando o amor da vida, e o salvando em situações complicadas da história...

"...quando a neve estava prestes a soterrar Shang, Mulan conseguiu salvá-lo"
Em filmes, como os da franquia de Star Wars, as personagens femininas começaram a aparecer como heroínas, ocupando cargos importantes, como é o caso da Princesa Leia, Padmé Amidala e a mais nova Jedi, Rey.

Em Star Trek, a Tenente Uhura, teve grande impacto influencial na sociedade americana nos anos 90, por ser mulher, negra, e ter patente de tenente na frota Estelar. Nessa época jovens negros lutavam pelo fim das desigualdades e do preconceito racial. O próprio Martin Luther King Jr pediu a atriz para não sair do seriado por ser uma inspiração para a juventude negra. Há outros filmes  que eu poderia citar, até mais atuais, que falam bastante do papel da mulher na sociedade.

Tenente Uhura - Star Trek 
Esses filmes, e essas mulheres influenciaram uma geração a considerar valores como o respeito e igualdade. A reflexão até aqui, é que a representatividade feminina deve ser prestigiada, considerando todo o preconceito que foi construído na imagem mulher por anos. A emancipação da mulher é um assunto sério que deve ser discutido. Ainda hoje mesmo, com a liberdade que nosso país propõe ainda há muitas injustiças. Me pergunto quando é que a imagem de uma mulher bem sucedida só vai deixar de se aplicar somente a uma mulher que dedica a sua a vida aos fazeres do lar. A representatividade feminina tanto no cinema como no meio corporativo e acadêmico é importante, por quebrar tabus e mostrar que somos tão capazes de exercer estas funções quanto os homens.

E para concluir esse texto eu digo a todas as minhas leitoras mulheres: Sejam protagonista da própria vida. Se amem, e depois amem alguém, a ponto de não se colocar como dependente de outrem ou se anular pelo parceiro. Você não será menos mulher se pensar, estudar e expor o que pensa. Solteira, ou Casada, dona da empresa ou do lar, que essa escolhas sejam feitas por você e não pela pressão cultural. As limitações estão nas mentes das pessoas que tendem tornar um ser superior a outro pelas suas condições biológicas, e desqualificando as faculdades mentais, onde ambos gêneros possuem as mesmas capacidades.

Ps: Que fique claro que nesta postagem não estou incitando ódio aos homens. Apenas destacando que homens e mulheres são seres humanos, e que portanto, ambos devem ser tratados com respeito e igualdade.

Eu gostaria de saber de vocês, o que pensam a respeito da representatividade feminina no cinema. Pode deixar sua opinião nos comentários 😉


9 comentários

  1. Oi, Ingrid. Estou percebendo mais filmes com o empoderamento da mulher mais explorado, e isso é realmente encorajador, já que ainda há muito espaço que a mulher deve e pretendo conquistar ao longo dos anos. Eu só assisti Mulan e foi a primeira vez que vi um filme uma mulher ser vista como alguém corajosa, que não precisava de ninguém para salvá-la. Eu achei isso lindo e espero que a indústria do cinema traga cada vez mais filmes assim.
    Beijos
    http://www.leitoraencantada.com

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  2. Oi, Ingrid. Estou percebendo mais filmes com o empoderamento da mulher mais explorado, e isso é realmente encorajador, já que ainda há muito espaço que a mulher deve e pretendo conquistar ao longo dos anos. Eu só assisti Mulan e foi a primeira vez que vi um filme uma mulher ser vista como alguém corajosa, que não precisava de ninguém para salvá-la. Eu achei isso lindo e espero que a indústria do cinema traga cada vez mais filmes assim.
    Beijos
    http://www.leitoraencantada.com

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  3. Oi Ingrid!! Que texto maravilhoso, só posso concorda plenamente com vc! Eu me lembro do encantamento com Mulan quando vi pela primeira vez e amoo a princesa Leia e recentemente fiquei deslumbrada com a Mulher-Maravilha <3

    Bjs, Mi

    O que tem na nossa estante

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  4. Oi, Ingrid!
    Mulher, não tenho nada a acrescentar; você expressou tudo o que penso.
    Eu adorando ver mais coisas na mídia (seja livros, filmes...) que mostrem o empoderamento feminino.
    Beijos
    Balaio de Babados
    Concorra ao livro Depois do Fim autografado

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  5. Olá Ingrid,
    Parabéns pelo texto. Penso como você, me amo em primeiro lugar e a minha felicidade não está condicionada em ter um homem ao meu lado, e sim um cara que esteja disposto a dividir a vida comigo. A vida é muito além do que ser Amélia.
    big beijos

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  6. Oi, Ingrid!
    Adorei o seu texto e temos alguns pensamentos parecidos.
    Desde pequena eu simplesmente me nego a aceitar essas histórias de princesas. Os únicos filmes que gosto são Mulan e Anastasia. E vamos combinar... Uma delas vai lutar no lugar do pai e a outra é uma orfã perdida na Rússia hahaha
    Não acho que temos que ter um homem na vida para nos sentirmos completas, mas sim para fazer parte dos nossos sonhos e dividir uma trajetória de vida. Tanto que já namoro há seis anos e ainda assim não acredito que esteja nesse mundo para arranjar um marido e casar para ser feliz hahaha
    Beijinhos,

    Galáxia dos Desejos

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  7. Oi,
    Achei bem interessante a reflexão que você fez neste texto,parabéns!
    Obrigada por visitar o meu blog e parabéns pelo seu:)
    Volte Sempre!

    www.paginasempreto.blogspot.com.br

    Beijos

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  8. Belo post e ótima reflexão! Com toda certeza nós mulheres somos muito mais do que apensar esses 3 objetivos. Bacana você ter citado o filme "Mulan" quando eu era criança e assisti pela primeira vez achei ela super forte e decidida.
    Ah, adorei seu blog <3

    https://heyimwiththeband.blogspot.com.br/

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  9. Eu sempre gosto dessa representatividade... mulheres guerreiras, que vão atrás! Ainda falta muito disso no cinema, então quando aparece eu assisto e fico contente mesmo!

    Bjinhos,
    ❥ AmigaDelicada.com

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