A Dor Pedagógica

Por Ingrid Ramires. Quer ver mais? Me Siga : Facebook, Instagram, Twitter.


Desde pequena ouvi aquele ditado dos mais velhos "Primeiro chuva, depois o arco iris". Minha cabeça infantil as vezes não compreendia o porque de não ter o que queria, quando queria. Mas por ser uma criança bastante desastrada e traquina, vez ou outra acabava ganhando algumas cicatrizes. Lembro-me da minha mãe me alertando diversas vezes para ter cuidado, olhar para os lados, observar o caminho pelo qual ando, mas sempre fui estabanada Uma das lições que me gerava aflição era o tal do "Devagar e sempre". Anos e Anos se passaram e eu sempre relutei aprender a tocar violão porque me causava certo desconforto, por exigir treinamento diário, e por ter que pressionar os dedos nas cordas para gerar os sons das notas. Depois de muito tempo, agora adulta, tive a paciência de encarar as dores, e o processo de aprendizado dos acordes do violão.

Confesso que no começo foi bastante desanimador, mas eu determinei para mim mesma que iria praticar. Tive muitos calos, meus dedos ficaram doloridos, mas com tempo fui conseguindo me adaptar, e melhorar minhas habilidades no violão. O melhor de tudo, foi ouvir as melodias saindo do violão, e ver o quanto meu esforço foi recompensado pouco a pouco. Isso me fez repensar muita coisa na vida. Uma delas é que tudo é um processo. E cada pessoa tem o seu tempo. Alguns processos demandam muito tempo, outros são mais rápidos, variando de pessoa para pessoa.

Alguns desses processos são dolorosos, tem choro, tem cicatriz, mas também tem cura e lição que nos ensina a ser mais fortes. Depois das decepções, das tristezas, das ilusões o que é bom chega. Mas chega para quem aprende com as lições dos erros. Chega para quem não se conforma com a dor, mas da a volta por cima; para quem entende que não é tirando casquinha da ferida que a dor cicatriza; para quem não tem medo de encarar a dificuldade; para quem entende que o gosto doce da vitoria vem depois das guerras e para quem percebe que cometer os mesmos erros não é saudável. No final das contas, as dores contam o trajeto das histórias mais bonitas.

Não digo que devemos ser masoquistas, amar a dor, e prender o choro quando ele vem. Sentimento não é coisa que se joga fora. Chorar e desabafar é necessário. Afinal não somos robôs, não deixamos de nutrir sentimentos por alguém, por exemplo, com um botão de delete. Mas temos a escolha de não nos tornarmos refém destes. Sentir é uma das condições básicas para ser humano. Reerguer-se, avaliar e traçar um novo ponto de partida na estrada do viver, é uma escolha.




4 comentários

  1. lindo texto! beijos

    http://www.julialisblog.com/

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  2. Você e seus textos inspiradores! ♥
    Concordo com tudo o que disse, precisamos aprender com as coisas difíceis e o que é bom certeza que virá ao nosso encontro no momento certo. Eu acredito muito nisso de que as coisas acontecem quando tem que acontecer.
    É tão bom parar e perceber que tudo o que passamos valeu a pena né?

    https://heyimwiththeband.blogspot.com.br

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  3. Ótimo texto!
    Realmente processos dolorosos nos ensinam a ser mais fortes.
    Obs:já respondi o email :)

    www.paginasempreto.blogspot.com.br

    Beijos

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  4. Oi! Que texto maravilhoso, Ingrid. É difícil a gente querer esperar que a ferida cicatrize antes da gente ir se machucar de novo, e ás vezes nem entendemos porque estamos feridos, mas é necessário para que aprendemos e para que consigamos evoluir. Eu sempre quis aprender violão, mas acho que nunca tentei de fato justamente por medo da dor. Talvez seja a hora de arriscar.
    Beijos
    http://www.leitoraencantada.com

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