Um quê de esquisitice

Ela tem um jeito meio destrambelhado, pode-se dizer que até um pouco engraçado. Em um mundo paralelo talvez ela fosse a moça dos sonhos: delicada, equilibrada e de aparência impecável. Mas enquanto vive, ela é moça dos livros. Tem um pouco de todos esses personagens que vive a cada leitura. Gosta e vive no mundo da Lua, e poderia muito bem ser considerada uma cidadã de lá. Nos dias de solitude, viaja profundamente nos trens de suas linhas de raciocínio, e cria algumas teorias conspiratórias sobre algumas coisas que conseguem dar tão certo e outras tão erradas em sua vida. De delicada e equilibrada só tem a alma e coração, porque ela é moça desastrada. Jeitosa e cautelosa só se for para tentar entender e tocar o infinito de outro alguém. A impecabilidade das aparências para ela está na fragrância que a alma exala, e é por isso que se perfuma da consonância de seus versos. Admira o contraste do batom vermelho em sua pele branca, mas tenta entender os dilemas de se ver mulher querendo ser menina. Ela é moça distraída, tem um pouco de tropeço em si, mas não considera um defeito tão ruim. Estar de bobeira, é uma de suas teses conspiratórias de topar com a felicidade sem estar angustiada com as esperas. Ela não é a moça dos sonhos. Ela é a moça que tem sonhos e os coleciona. O infinito de sua alma a permite ter um quê esquisitice, com um toque de meiguice.
"Mas confesso que a mim nada disso me encanta. Prefiro infinitamente um livro."
- Orgulho e Preconceito - Jane Austen

0 comentários