Empatia e outras coisas mais

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Meus últimos dias não tem sido os melhores. E isso me fez refletir muito sobre o sentir, não só o meu sentir, mas o "sentir coletivo", se assim posso dizer. Ultimamente, eu não tenho tido muita disposição. A cabeça tem doído com mais frequência. As pernas cansadas. O corpo relutando a sair da cama. Pensamentos que ora ou outra vinham tirando a minha paz, a falta de ar nas crises de ansiedade, e toda a junção de coisas que não precisam ser colocadas aqui por não terem relevância para o foco da mensagem. Dia após dia, tenho tentado dar o meu melhor e tenho aprendido a reconhecer que está tudo bem se eu não estiver bem. Eu tenho tentado melhorar o que está ao meu alcance no momento, e pedindo a Deus para me ajudar no que ainda não consigo, que é quem mais tem me revigorado. Mas, eu não possuo essa façanha de estar bem, e resiliente em todos os momentos. 

Estou falando isso porque, por algumas vezes nessa semana eu sorri sem estar bem. Fingi estar totalmente tranquila em situações onde na verdade eu estava sem chão.  Ouvi reclamações e queixas de pessoas próximas e só consegui dizer "tudo bem", mas ao me trancar no meu quarto e olhar atentamente para mim eu percebi que estava ligada no automático, e que não estava 100% tranquila. E bem, com isso tudo, eu não vim aqui me vitimizar e nem vim falar sobre escolher pessoas para serem nossas "muletas" emocionais. Falo de olhar para nós enxergando nossas imperfeições e tratar o outro com mais empatia, porque muito do que a gente exige do outro está correlacionado com o que exigimos de nós mesmos. Nós gostamos muito de sermos Juízes das atitudes do outro, quando o outro não reage às situações como nós achamos que ele deveria agir.  Mas quando a situação é oposta, e somos réus das nossas próprias reações, queremos que todos tenham um olhar compreensivo sobre nós. Somos todos humanos, e por mais óbvio que seja dizer que, uma das condições humanas é o sentir, fazemos de conta que somos seres sem essa sensibilidade física e moral. 

Não sabemos o que outro passa internamente e como as influências dos fatores externos o atingem. As dores tem dimensões diferentes para cada um. Não sabemos o histórico de situações que a pessoa sentada ao nosso lado no ônibus teve que enfrentar para estar ali. Não sabemos se o sorriso do nosso amigo é realmente sincero, ou se ele apenas está tentando não nos sobrecarregar com seus problemas. E a partir do momento em que entendemos que ninguém é esse poço de perfeição, conseguimos ter uma leitura melhor de quem é o outro. Eu me identifico muito mais com gente que reconhece suas fraquezas, e mesmo assim continua tentando fazer as coisas darem certo, do que com essas pessoas que são seres insuperáveis  e que nunca pisam em falso uma vez sequer na vida. Os Seres insuperáveis sempre dizem que fazem tudo que você faz em dobro, e perfeitamente. Que já passaram por adversidades, e problemas piores que o seu. Que possuem uma vida perfeita, porque elas sempre fazem o certo, e tiram as conclusões de que, provavelmente, os outros não consigam fazer o mesmo, simplesmente porque possuem "preguiça" ou porque não querem.

Mas, não é bem assim que as coisas são. Eu não digo que a gente deva se acomodar com os problemas, mas que, a vida é uma caminhada de altos e baixos. Que ninguém está por cima sempre, e nem por baixo. Andamos, caímos, levantamos com alguns machucados, e vamos tentando observar caminho com mais cuidado. Depois a gente cai de novo, em um obstáculo diferente, e aprendemos mais um pouquinho sobre eles, e continuamos caminhando.  Só nós conhecemos bem quais são os leões que tentamos matar todos os dias. Só nós sabemos o que foi que custou o nosso levantar da cama para ir à luta. E só nós sabemos o que é o não levantar também, porque estamos exaustos. Sabemos estritamente o que é sentir as coisas em nossa pele. Precisamos aprender a parar de colocar as expectativas dos outros sobre nós como uma carga, e também precisamos aprender a não colocar essas cargas nas costas dos outros. Não somos seres insuperáveis e nem o outro é. Não custa nada olhar pra quem está ao nosso lado com um pouco mais de amor e compreensão. E está tudo bem não estar bem, uma hora as coisas se resolvem, o mundo da lá suas voltas...

Por Ingrid Ramires

2 comentários

  1. Adorei tuas palavras e é bem isso mesmo que você disse, eu escrevi sobre isso no dia 8 depois da uma conferida. Palavras com mesmo punho significativo nos ajuda a melhorar esse sentimento. Eu amei escrever e amei ler o que tu escreveu... Beijão

    http://www.cherryacessorioseafins.com.br

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  2. Você e seus textos maravilhosos!
    Esses últimos dias não foram fáceis pra mim também, se todo mundo tivesse um pouquinho mais de empatia tudo seria melhor.
    Eu acho que todo mundo deveria ter como lema da vida "na dúvida seja gentil" e ter um pouco mais de sensibilidade, porém é raro encontrar pessoas assim, infelizmente :(

    "Não custa nada olhar pra quem está ao nosso lado com um pouco mais de amor e compreensão. E está tudo bem não estar bem, uma hora as coisas se resolvem, o mundo da lá suas voltas..." Adorei, com toda certeza o mundo dá voltas.

    https://heyimwiththeband.blogspot.com.br/

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